segunda-feira, julho 27, 2009

A QUEDA DOS GIGANTES

O início é sempre igual, as intenções políticas são demonstradas, o potencial de produção é analisado, a guerra fiscal é uma batalha, os atropelos são inevitáveis, as influências externas são um risco, a mão-de-obra é preparada, a euforia de bons tempos são bem vindas e se inicia o começo.

A Instalação de uma grande empresa multinacional nos quadros de nosso pólo industrial é sempre um momento de alegria, um momento de expectativa, um momento de geração de emprego, resultados positivos, um momento “Zona Franca de Manaus”. O povo baré está acostumado com a cotidianidade da abertura de fábricas em nosso rico pólo industrial, estamos acostumando a trabalhar em empresas coreanas, japonesas, alemães, portuguesas, norte-americanas, chinesas e porque não, brasileiras! As linhas de montagens são as mais comuns e todo o emaranhado de trabalhadores que permeiam em todos os momentos o chamado “chão da fábrica” são trabalhadores de nossa região Amazônica. Tipificando uma linha de montagem de uma grande empresa instalada na Zona Franca, temos: o Gerente Paulista, os supervisores com décadas naquela empresa, os líderes são como palha de aço ( normalmente trabalham durante o dia na fábrica e à noite vão para a faculdade) e a linha de produção é formada por colaboradores que trabalham e vão para casa cansados e ficam junto de suas famílias.

O colaborador da linha de produção quer ser líder e por isso faz curso no SENAI, pois entrar em uma faculdade é totalmente longe de sua realidade (não consegue estudar para entrar em uma pública e não ganha o suficiente para pagar uma particular). O líder quer ser supervisor e por isso se dedica que nem um louco para terminar a faculdade e conhecer todos os processos da fábrica e assim, receber a promoção. O supervisor quer ser gerente e espera com ansiedade o gerente Paulista voltar para o Sudeste do país e desta forma, receber a promoção. O gerente paulista não vê a hora da reunião com a diretoria estrangeira acabar para passar o final de semana lá em Presidente Figueiredo nas cachoeiras, pois ficou o dia tentando justificar que não é possível mais reduzir o pessoal.

Veio a crise financeira mundial... O líder demite 50% da linha de produção. O supervisor demite 90% dos líderes. O gerente demite 100% dos supervisores, A diretoria demite os 99% dos Gerentes, E a matriz decide encerrar as atividades da empresa no Brasil. Esse quadro da crise mundial é facilmente detectável em uma empresa de última geração em que aplica cotidianamente os seus investimentos em inovação e tecnologia, agora tentar produzir vídeo cassete na era do DVD, insistir na produção de Cinescópio (tubo de imagem) na era do plasma e LCD é no mínimo um equívoco. O povo Amazonense agradece os trabalhos prestimosos despendidos pela Samsung Display Interface do Brasil (SDIB), mas uma hora a ficha tinha de cair, boa viajem de volta para a Coréia e por favor, aproveitem pelo menos os colaboradores do serviço social, remanejam-nos para a Samsung Eletrônica, pois com certeza serão de valorosa significância para os colaboradores desta co-irmã.

É a queda de um gigante da Zona Franca de Manaus, mas claro que não tem nada haver com a crise financeira mundial.
Eliandro Bruno Oliveira

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