No dia de hoje, 01 de julho de 2017, passeando pelos blogs e portais de noticias que costumeiramente acesso para me manter informado e naturalmente, não consigo ler outra coisa, apenas, Boi Bumbá.
Resultado? resolvi fazer o mesmo.
Gosto! cada um tem o seu. Falo de música!
Temos :
Música erudita - a música tradicionalmente dita como "culta" e no geral, mais elaborada. Também é conhecida como "música clássica".
Música popular - associada a movimentos culturais populares. Conseguiu se consolidar apenas após a urbanização e industrialização da sociedade e se tornou o tipo musical icônico do século XX. Se apresenta atualmente como a música do dia a dia, tocada em shows e festas, usada para dança e socialização.
Música folclórica- ou música nacionalista - associada a fortes elementos culturais de cada grupo social. Tem caráter predominantemente rural ou pré-urbano. Normalmente são associadas a festas folclóricas ou rituais específicos.
Música religiosa- utilizada em liturgias, tais como missas e funerais. Também pode ser usada para adoração e oração ou em diversas festividades religiosas como o natal e a páscoa, entre outras. Cada religião possui formas específicas de música religiosa, tais como a música sacra católica e o gospel das igrejas evangélicas.
É difícil classificar qualquer manifestação cultural, pois trata-se de manifestação e muitas vezes a manifestação não possui um objetivo à ser alcançado, pois trata-se apenas de um ecoar, de um grito ou algo do gênero.
No Amazonas, sempre no fim do mês de Junho, somos contaminados ou contagiados, dependendo da sua decisão, pela manifestação cultural que em todos os municípios ocorria ou ainda ocorre, que são as festividades do mês de junho.
Nesse momento, trago uma reflexão para o povo do Amazonas e para todos as outras regiões do País:
- A Amazônia é rica em biodiversidade, uma fauna exuberante e povos tradicionais indígenas que por séculos atuam nessa região difundindo manifestações culturais primitivas. E eu sempre me perguntava: o que um Boi faz no meio da floresta Amazônica junto com os indígenas?
- No mês de junho, lembro na minha infância que praticamente todo o mês era dedicado às festas juninas que surgiram na Idade Média para homenagear três santos populares: São João (dia 24), Santo Antônio (dia 13) e São Pedro (dia 29) e nesse mês era tanto feriado, que têm-se o costume de férias escolares durante o mês inteiro, devido as interrupções constantes das aulas e que hoje em dia diminuiu, o período de férias até reduziu em muitas escolas. É principalmente por contas destes feriados que nos dias 28, 29 e 30 de junho eram executados as festividades do Festival Folclórico de Parintins, data essa foram alterados posteriormente para coincidir com final de semana.
- De fato, trazidas ao Brasil pelos colonizadores portugueses, os festejos juninos no Brasil une jesuítas portugueses, costumes indígenas e caipiras, celebrando santos católicos e pratos com alimentos nativos.
- Mas aí, pergunto novamente. E o Boi?
Com toda certeza serei criticado pelos amantes da cultura popular Amazônica que defendem o Boi como parte de nossa identidade. Como Assim? No meio da floresta Amazônica temos festividade de Boi? Não faz o menor sentido.
Agora, claro que o Misticismo da floresta, os costumes indígenas, as lendas Amazônicas ( lenda da vitória Régia, Cobra Grande, lenda do Pirarucu), as histórias do caboclo que se uniram às histórias dos indígenas, a fauna, a flora, os heróis da floresta e etc, isso sim é cultura Amazônica. e no meio disso tudo, aparece um Boi, de pano ainda.
Já me disseram que o Boi foi trazido do Nordeste e inserido na cultura local. De forma alguma isso aconteceu, o Boi não foi inserido na cultura local, pois lembro na minha infância de que eram atuações totalmente diferentes e separadas, havia a apresentação da Ciranda, as quadrilhas, a brincadeira de Boi (uma pessoa dentro de um boi de pano e madeira fazia evoluções imitando um boi verdadeiro, que o Bumba Meu Boi do Nordeste), a dança do Cacetinho (talvez o mais próximo da cultura Amazônica e sugiro essa leitura: http://simaopessoa.blogspot.com.br/2016/07/das-tribos-indigenas-as-dancas-do.html), e por essa diferenciação é óbvio que com o crescimento das festividades, não iria fazer sentido dizer que o Boi Bumba é a cultura da Floresta, desta forma, foi necessário inventar isso, pois em todo o interior do Amazonas, não apenas em Parintins, haviam essas festividades e sempre tinha as apresentações de Boi. E chamo isso de Estratégia de Marketing e responsabilizo principalmente os governos que precisa de um picadeiro. Avalio que sob hipótese alguma educadores iriam permitir que isso acontecesse.Então, é possível termos uma identidade de nossa Cultura Amazônica sem o Boi Bumbá?
Claro, primeiro que o Boi é da cultura do Nordeste ou sei lá de onde, não nossa.
E qual a cultura musical do Amazonas?
Sugiro inicialmente que ouça o seguinte:
Viageiro (Erik Vicente). Intérprete: Frank Fernandez
Cantos da Floresta - Raízes Caboclas
SAGA DE UM CANOEIRO
Dança do Cacetinho
Dança do Cacetinho
Mas aí voce comenta. Mas Bruno, a música do canoeiro já tocou no festival de Parintins. Não se preocupe, voce foi vitima do Marketing Comercial.
Agora, me responda, no meio da floresta, o que um canoeiro, que normalmente usa a canoa para pescar, tem haver com um Boi?
É lógico que o boi não faz parte da cultura da floresta. Mas se você acha que sim, que faz parte da nossa cultura, ou que se misturou com a nossa cultura, respeito sua opinião. Mas acrescento que Boi e Floresta não combinam, pois onde há Boi há desmatamento.
veja os seguintes links:
Desmatamento para pastagens na Amazônia é responsável por aproximadamente 50% dos gases de efeito estufa no país
Mais gado, mais desmatamento
A FARRA DO BOI NA AMAZÔNIA
Desmatamento é consequência. Pecuária bovina é causa
Finalizo dizendo que gosto, cada um tem o seu. Se você não está nem aí para esse negócio de cultura ou identidade regional, quer saber é de ver o Caprichoso campeão ou o Garantido dando o seu melhor para a galera. fique à vontade. afinal, isso é entretenimento, é isso que o Governo quer, que voce faça parte da política de incentivo ao circo.

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