quinta-feira, novembro 25, 2010

A PROVA DO ENEM E A AMAZÔNIA

O Exame Nacional do Ensino Médio deve ser usado para medir o ensino médio e não para ser utilizado como forma de acesso ao ensino superior. O ensino médio, considerando os Parâmetros Curriculares Nacional deve, considerando a sua importância, formar cidadãos. No entanto, as universidades não querem apenas cidadãos em seu quadro acadêmico, as universidades mais importantes do país, querem cidadãos, que de certa maneira, sejam brilhantes, mesmo antes de entrar na universidade e através do conhecimento adquirido no curso de graduação, fomentem uma potencial alavancada na produção científica e na produção de mão de obra intelectualmente qualificada.
Há uma gritante diferença entre quem sai do ensino médio para quem entra em uma universidade pública e só o que pode medir essa diferença é a forma de acesso, e esta forma, deve ser definida exclusivamente pela Universidade e, devido a grandeza continental do Brasil, uma universidade é totalmente diferente de outra e consequentemente, os alunos do Amazonas são diferentes dos alunos de Minas Gerais, por exemplo.
No Amazonas é necessário conhecer a história e a geografia do Amazonas, a economia vigente e as potencialidades percebidas em torno do Bioma Amazônico, é necessário entender que as desigualdades sociais em nossa região não possuem uma relação efetiva com a falta de oportunidade, mas sim, com a oportunização para os nativos que ao longo de suas vidas, tiveram que conviver com a fartura de alimento, de água, de sol, de chuva, de belezas naturais no que tange a nossa biodiversidade, fartura de mulheres bonitas e cada vez mais bonitas e que não se rogam a embrenhar-se na mata e fazerem parte de nossas belezas naturais.
O que para o homem amazônico é comum é escasso para o resto do mundo.
A Zona Franca de Manaus, o Bolsa Família, o Bolsa Floresta, o Seguro Defeso, entre outros, são sistemas provedores de recursos que adentram em nosso cotidiano e passam a contribuir com a nossa principal atividade que é manter a floresta em pé. É claro que o Bolsa Floresta e o Seguro defeso, em uma outra realidade, não seriam necessários, pois sempre soubemos conviver com as maravilhas de nosso mundo Amazônico sem precisar destruí-lo. O Bolsa Família é uma renda extra que usamos para acessar internet e falarmos ao celular, mas a Zona Franca de Manaus é importantíssima para a sobrevivência da Floresta Amazônica pois emprega os nossos filhos que insistem em modernidade, insistem em querer integrar o quadro de uma grande empresa, e naturalmente ajudam a desenvolver o Brasil.
O ENEM pode até tentar integrar o restante do País, mas a Amazônia é um outro país dentro do Brasil. A Amazônia é diferente e deve ser tratada como tal, o Amazônida é brasileiro, mas o brasileiro que não é ou não vive na Amazônia, nunca vai entender que entender o Brasil é mais fácil do que conhecer a Amazônia.
O ENEM deve ser direcionado para os brasileiros e a Universidade Federal do Amazonas - UFAM pra os Amazônidas! Devemos pensar a Amazônia diferentemente de como pensamos o Brasil, pois a Amazônia não é apenas a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia é única.

ELIANDRO BRUNO OLIVEIRA

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