Por: Eliandro Bruno Oliveira
Manaus, 12 de janeiro de 2011
As inscrições para o programa Bolsa Universidade da prefeitura de Manaus que dão acesso ao Ensino Superior nas Instituições particulares, estão abertas, no entanto, a preocupação que me vem à cabeça é em relação a, até que ponto o poder público tem condições de sustentar as universidades particulares que, acredito, já contam todos os anos com um incremento na disponibilização de vagas para os estudantes bolsistas da prefeitura, em outras palavras, essas instituições matriculam alunos novos que não vão atrasar o pagamento da mensalidade.
Com o indicativo feito através de requerimento solicitando informações sobre as dívidas que as Instituições de Ensino Superior possuíam com a prefeitura, requerimento este feito pelo ex-vereador Plínio Valério, na época exercendo o mandato, foi que surgiu a idéia em receber o pagamento das dívidas através de bolsas de estudos das Instituições Particulares de Ensino Superior de Manaus, para que os estudantes que adentrassem nelas, mas que não possuíam uma renda que lhes permitia segurança na continuidade dos estudos, pudessem estudar até a sua conclusão sem maiores problemas. Uma idéia brilhante, mas um pouco obvia e que de fato contribui com o acesso ao estudo de ensino superior aos universitários que possuem dificuldades financeiras.
O Bolsa Universidade ganhou corpo, e a maioria das Instituições de Ensino Superior aderiram ao “boom” em que se transformou a renúncia de imposto feita pela Prefeitura de Manaus em troca de bolsas de estudos. Desta forma, formato em meus pensamentos que, se a Prefeitura arcar com uma grande parte dos recursos que sustentam os cursos superiores particulares, é perfeitamente correto afirmar que haverá sempre recursos nestas instituições de ensino. Mas, e os impostos que essas instituições deveriam pagar aos cofres da prefeitura, quem pagará?
A resposta é obvia, pois quem pagará serão os estudantes após formarem-se, através de prestação de serviços para a prefeitura ou de outra maneira. Entendo desta forma, que estamos diante de um governo municipal que investe na educação superior, abrindo mão de seus impostos e assim, acreditando na retribuição que o estudante universitário de Manaus efetivará após a sua graduação, e que diante da realidade da concorrência no mercado de trabalho, essa retribuição não tem preço.
Se compararmos a atenção dada ao ensino superior pela administração da gestão atual do prefeito Amazonino Mendes com a administração do ex-prefeito de Manaus Serafim Correa, veremos que o ex-prefeito, quando era Prefeito, foi perguntado sobre o que a Prefeitura de Manaus iria fazer para investir em mão-de-obra qualificada, e – acreditem - ele respondeu assim:”Aí temos que ver a competência de cada um..., pois o Município cuida da formação de nível básico. A UEA foi uma grande idéia...já a UFAM e a cidade de Manaus, na minha opinião, existe uma relação que considero equivocada. A UFAM está de costas para Manaus e para o Estado e, como conseqüência, o estado e a cidade estão de costas para ela, um de bumbum pro outro”.
Com essas palavras o ex-prefeito deixa bem claro que não estava preocupado com a formação de mão-de-obra qualificada e ainda”tira uma onda” com a UFAM. Ele ainda falou mais, dizendo (pasmem): ”para a cidade (o Prefeito da cidade era ele) a UFAM é um negócio que só enche o saco. Que não tem utilidade. Então é preciso superar isso”.
Faço questão de comparar a administração atual com a gestão anterior, porque isso é o obvio do comparativo entre gestões de administrações públicas e privadas e desta forma, evidencio que enquanto o atual Prefeito vislumbra a formação intelectual superior de nosso povo manauara, a administração anterior, alem de nada fazer neste sentido, ainda criticou com raiva e requintes de crueldade a centenária Universidade Federal do Amazonas .
O Bolsa Universidade da Prefeitura de Manaus está dando certo, o problema da Prefeitura não é de gestão, o problema é político-administrativo, pois Amazonino precisa de secretários que sejam políticos e que saibam administrar. Esse é o ponto.
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