E A ELETROBRAS?

Manaus, 27 de janeiro de 2011

Se não existe racionamento; Se não tem queda de energia; Se não há problemas substancialmente evidentes a ponto de ser necessário uma representação da Eletrobrás em Manaus, aparentemente, pelo menos do ponto de vista dos consumidores residenciais, não podemos reclamar muito sobre a não existência de uma representação da Eletrobrás em nossa cidade. O fornecimento de energia elétrica na cidade de Manaus nos últimos anos, mesmo que precário, está funcionando, pois se não funcionar, considerando que estamos ligados através da internet e todos somos dependentes de computadores, o racionamento de energia não pode mais existir em nossa cidade, deve ser considerado coisa do passado, pelo menos é o que pensamos quando consideramos os grandes centros urbanos de nosso país. No entanto, os grandes consumidores industriais instalados em Manaus e que possuem as suas produções incentivadas pelos recursos administrados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus sabem que não podem investir tanto em implantação de projetos industriais que requeiram um grande consumo de energia elétrica, pois o consumidor industrial é sabedor e alardeia cotidianamente que a qualidade no fornecimento de energia elétrica na cidade de Manaus é muito ruim.
Em Manaus há muitas variações de tensão no fornecimento de energia, variações estas que são quase imperceptíveis para os consumidores residências, no entanto, na indústria, estas constantes variações provocam muitos problemas em um processo produtivo que necessita de energia elétrica de maneira ininterrupta, em outras palavras, a “produção fica uma loucura”, quem vive a indústria sabe muito bem disso. E, se um mau tempo ocasionado por ventos fortes e chuvas é anunciado, os técnicos-operadores das subestações das grandes indústrias do pólo industrial de Manaus precisam ficar atentos para a entrada em operação dos grupos geradores de energia, e necessitam desdobrarem-se para a preparação de uma iminente queda no fornecimento de energia elétrica, pois com as inúmeras variações de tensão de energia elétrica e considerando que a rede de distribuição de energia elétrica em Manaus é interligada, e uma falha em qualquer ponto da cidade provoca um colapso no fornecimento da energia elétrica, temos perda de produção e para quem conhece a indústria sabe que quando se perde produção, perde-se toda uma programação de produção, atraso em pedidos, gastos com mão-de-obra parada, trabalhos extras para recuperar a perda, perde-se matéria – prima, perde-se a produção que poderia está sendo produzida, perde-se tempo, muito tempo, perde-se credibilidade, perde-se competitividade, enfim, para resolver ou amenizar de maneira imediata este problema precisa-se recorrer à Eletrobrás, mas precisa ser lá em Brasília? E a minha produção vai ficar parada? Vou ter que continuar perdendo competitividade por causa da não existência de uma representação da Eletrobrás em Manaus?
No fornecimento de energia elétrica em Manaus temos a hidrelétrica de Balbina, Termelétricas às dezenas e o gasoduto. Estes são suficientes? Pois temos do outro lado uma Zona Franca que só cresce e cresce, batendo ano após ano, recordes de faturamento, e esta mesma recordista Zona Franca reclama da qualidade da energia e precisa de respostas rápidas aos problemas que são detectados no dia a dia de uma grande industria.
As decisões que precisam ser tomadas em relação aos problemas detectados em Manaus, segundo o Presidente da Petrobrás, precisam ser tomadas em Brasília. Segundo o Diretor da Eletrobrás Pedro Carlos Hosken as decisões da Eletrobrás referentes ao fornecimento de energia elétrica de Manaus precisam ser tomadas em Brasília. É notório que dizem isto com grande segurança por não conhecerem a fundo a realidade que as grandes empresas enfrentam no pólo industrial de Manaus, dizem isto por não apresentar-se neste momento algum problema que necessite de decisões rápidas.
Mas, vai que...!?


Eliandro Bruno Oliveira